Como é do
conhecimento de todos, no passado dia 17 de Fevereiro, a Igreja Baptista do
Estoril – Meeting Point, promoveu a consagração ao ministério pastoral da irmã
Connie Main Duarte. Sem qualquer desvalorização das qualidades académicas e
pessoais da referida irmã, todos sabemos que lhe faltam as qualificações
bíblicas para assumir o pastorado. Assim, o passo que foi dado, embora
condizente com a cultura em que estamos inseridos, foi um passo de desrespeito
para com a Palavra de Deus, perfeitamente inspirada por Deus na antiguidade e
perfeitamente preservada para os nossos dias.
A intenção desta
carta não é fazer a defesa bíblica exaustiva da nossa posição. No entanto, como
todos sabem, quando ensina as qualificações para o pastorado, a Palavra diz, “convém que o bispo seja irrepreensível,
marido de uma mulher...” (1Tim. 3:2).
Capaz e academicamente qualificada como seguramente será, a irmã em questão
não consegue cumprir os claros requisitos bíblicos. Aqueles que sempre se
propõem a fazer a actualização cultural das palavras inspiradas, precisam de
lidar com pelo menos duas questões. Em primeiro lugar, Paulo escreve aquelas
palavras num contexto, o do antigo mundo helenizado, em que era comum as
práticas religiosas serem lideradas por mulheres. Mesmo assim, inspirado pelo
Espírito Santo, as palavras gregas escolhidas são específicas em género. A
prática ministerial de Paulo, apesar de limitar o pastorado ao género
masculino, não exclui ninguém do ministério para o Senhor na igreja local. Uma
segunda questão a considerar é a da actualidade das palavras das Escrituras. A
Bíblia foi verbalmente inspirada e preservada por um Deus que já sabia que
iríamos estar a olhar para estas palavras no século XXI. Nenhuma das palavras
do Novo Testamento passou ainda do seu prazo de validade.
As igrejas
baptistas, por regra, desde há muitos anos, têm nas suas declarações de fé: “A
Bíblia é a nossa única regra de fé e prática.” Esta afirmação tem grandes
responsabilidades. O posicionamento daqueles que defendem e praticam a consagração
de mulheres ao ministério pastoral é um posicionamento de afronta à “fé que
uma vez foi dada aos santos” (Jud. 1:3).
É precisamente quando deixamos que as palavras de Deus comecem a ser colocadas
em dúvida (“É assim que Deus disse?” – Gen.
3:1), que nos abrimos a toda a espécie de desvios que, começando na doutrina,
se alastram depois para a prática e para a moral (“um abismo chama outro abismo...” – Salmo 42:7).
Sendo, tanto
quanto sabemos, a Igreja Baptista do Estoril – Meeting Point, e a irmã Connie
Main Duarte, membros, quer da Convenção Baptista Portuguesa, quer da Aliança
Evangélica Portuguesa, este grave posicionamento coloca algumas questões
importantes. As igrejas e pastores que amam a Deus e a Sua Palavra, têm a
responsabilidade bíblica de se demarcarem daqueles que têm um posicionamento
doutrinário contrário às Escrituras (Rom. 16:17) e, como sabem, não devem com
eles ter alianças ou convenções. Pelo menos sem que haja, da parte destes, um
arrependimento público dos seus desvios. Os irmãos e igrejas que partilham
desta mesma preocupação bíblica poderão continuar a cooperar institucionalmente
com quem tem tal desrespeito pela Palavra de Deus? As igrejas poderão continuar
a recomendar um seminário que tem entre os seus professores alguém com esta
visão crítica da Palavra de Deus?
Poderão pensar
que não existe nada a fazer, que as coisas são o que são. O que pode um só
pastor fazer? Qual o peso de apenas uma igreja? A verdade é que existe no nosso
país um grupo de igrejas baptistas, legalmente constituídas e que não fazem
parte nem da CBP, nem da AEP. Trata-se de igrejas e pastores com uma posição
bíblica conservadora e fideística. Estas igrejas baptistas, independentes, não
são, no entanto, isolacionistas. Têm comunhão entre si, participam juntas em eventos,
conferências, acampamentos, projectos de evangelização e de publicação de
literatura. Qualquer igreja que decidir dar um passo de fé e deixar de estar
associada a quem desrespeita a Palavra de Deus, não estará, seguramente,
sózinha. Existem outros, em Portugal e no mundo, que já decidiram assim.
O propósito desta
carta é de encorajamento. Aqueles que amam a Deus e a Sua Palavra, estão
certamente tristes com o rumo que grande parte do mundo evangélico está a
tomar. Estão também tristes com as ramificações desses movimentos em Portugal.
Do relativismo cultural, passou-se ao relativismo doutrinário, que coloca tudo
em causa. Se você não está disposto a colocar em causa a eterna Palavra de
Deus, não deve desanimar e deve, agora, tornar claro que está disposto a “batalhar
pela fé que uma vez foi dada aos santos.”
Signatários:
Mark Machado
Pereira, Pastor, Igreja Baptista Esperança Viva
Rui António
Robalo Simão, Pastor, Igreja Evangélica Baptista de Moreira da Maia
Tito Tiago
Pereira, Obreiro, Missão Baptista em Castanheira do Ribatejo
Allen Ray
Newton, Pastor, Igreja Baptista Esperança Viva de Castelo Branco (Missão)
David Loop,
Pastor, Igreja Baptista de Esgueira
Mark James
Hale, Pastor, Igreja Baptista do Barlavento (Missão)
Jovito Nunes, Pastor,
Igreja Evangélica Baptista de Fernão Ferro e Igreja Evangélica Baptista de
Casalinhos de Alfaiata
David Booth,
Pastor, Missão Baptista do Montijo
Michael
Andrzejewski, Pastor, Igreja Evangélica Baptista de Barcelos
Perfeito, meu irmão. Vc aí e nós aqui do outro lado do Atlântico no Brasil estamos na mesma luta pela sã doutrina. Lamentável os ventos de liberalismo e pragmatismo que tem invadido nossas convenções.
ResponderEliminarQue encontremos o caminho do retorno ao evangelicalismo como a Convenção do Sul dos EUA. Voltemos ao Evangelho.