sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ministério de Jovens Sustentável (Parte 5)


·      Ao desafiar alguém para ser líder de jovens, a igreja precisa definir com clareza o que pretende desta pessoa. Falhar neste ponto é encaminhar o novo recruta para um falhanço prematuro. Eis alguns exemplos de objectivos que podem ser fixados:
o   É suposto o líder de jovens saber os nomes dos jovens com quem trabalha.
o   A periodicidade com que o líder de jovens deve contactar os alunos e as suas famílias.
o   Quantos voluntários é que o líder de jovens deve recrutar e treinar
o   Quantas horas por semana é que o líder de jovens deve passar em acções de ensino com os seus alunos.
·      Todos nós temos a responsabilidade de caminhar de perto com Cristo. E todos nós sabemos as lutas que enfrentamos quanto mais perto estamos a caminhar com Cristo. A igreja deve ter uma preocupação constante com a saúde espiritual do seu líder de jovens. Devemos ter algumas coisas em mente:
o   Precisamos de ter uma vida fora das “paredes” do ministério: Não podemos esperar ser evangelísticos, ser equilibrados e ser uma influência no nosso mundo, se vivermos enclausurados numa “cela ministerial.”
o   Precisamos de ter um horário saudável: O princípio do dia de descanso semanal, dado pelo nosso Deus é fundamental para a saúde do nosso ministério.
o   Precisamos de estar conscientes daquilo que não sabemos: Só assim podemos crescer. A atitude de um líder cristão saudável vê-se pela forma como ele lida com aquilo que ele não sabe.
o   Tenho controlo sobre o que digo: Sou eu que domino a minha língua, ou é a minha língua que me domina?
o   A quem é que eu dou mais valor, a mim mesmo, ou ao meu Deus?
o   Quais são as minhas lutas?
o   Como é que eu lido com as minhas falhar?
o   Tenho dificuldade em dizer não?
o   Estou a brilhar, ou estou a queimar? Existe uma grande diferença entre uma vela e uma lamparina. A vela queima até se apagar, uma lamparina brilha constantemente enquanto tiver óleo.
·      Os líderes de ministérios em crescimento queixam-se todos do mesmo – não conseguem fazer tudo o que têm para fazer. Nunca se consegue fazer tudo. Por isso é preciso ter em mente alguns princípios de gestão do tempo.
o   Acabe antes de começar: Se não definir no final do dia (ou no início) quais são as prioridades, acabará por fazer aquilo que é urgente, em vez de fazer aquilo que é importante.
o   Pratique a lei de Pareto: Esta lei ensina que 20% do nosso trabalho produz 80% dos resultados. Geralmente aquilo em que dedicamos a maior parte do esforço, é o que produz menos resultados. Portanto, o líder de jovens deve estar consciente que o seu tempo será sempre melhor empregue nas actividades de ensino, recrutamento de voluntário e planeamento a longo prazo, do que em qualquer outra actividade.
o   Não se deixe enganar pelos mais modernos brinquedos tecnológicos: Muitas vezes coisas que parecem que vão poupar tempo, acabam por produzir ainda mais problemas.

o   Pratique adiamentos intencionais: Seja capaz de olhar para o seu dia e dizer, desde o inicio as tarefas que não vai ser capaz de terminar. Isso retirará pressão do seu dia.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ministério de Jovens Sustentável (Parte 4)


·      Tudo aquilo que é sustentável demora muito tempo a desenvolver, por isso é importante ir avançando de vitória em vitória e não deixar de apontar os passos que vão sendo completados. Uma das caraterísticas de um bom líder é, para além de ver as coisas como estão, conseguir ver (por vezes ele é o único) as coisas como elas um dia serão. É fundamental que o líder de jovens consiga manter a alegria, mesmo no meio do caos de um ministério em crescimento.
·      Não desvalorize as pequenas tradições e pormenores que fazem parte da cultura e especificidade do seu ministério. Muitas vezes são essas insignificantes tradições que se tornam nos momentos mais memoráveis.
·      Em todas as igrejas e ministérios há espaço para todos. Acreditamos que é Deus que coloca os membros nas igrejas e que Ele tem uma função pensada para todos. Também no ministério de jovens há lugar para todos. Existem, no entanto, algumas funções que são essenciais. O líder de jovens deve estar atento para aqueles com os dons adequados para desempenhar estas funções. Por vezes, a mesma pessoa tem várias destas características:
o   O artesão: Este é o nome de alguém que é capaz de fazer as coisas que são mais práticas no ministério.  Geralmente de confiança, pode perder de vista aquilo que são os objectivos gerais. No entanto, é muito bom em tudo aquilo que se lhe dê para fazer e não tem medo de sujar as mãos.
o   O empreiteiro: Apesar de não ser ele que estabelece os planos, ele é aquele que os conhece muito bem e se certifica que tudo está a ser feito de acordo com os planos. É o primeiro a chegar à obra e o último a sair.
o   O arquitecto: Não faz o trabalho de forma directa, mas é ele que tem a responsabilidade de todo o trabalho. Porque ele estabelece os fundamentos do ministério, a sua missão principal não é fazer o trabalho, mas sim treinar aqueles que fazem o trabalho. O líder do ministério de jovens é o arquitecto de um ministérios que seja sustentável.
·      A escolha do líder de jovens é uma das mais importantes decisões de uma igreja e deve ser dada cuidadosa atenção ao perfil da pessoa que se pretende para este importante trabalho.
o   Duas ideias que podem parecer contraditórias: as igrejas devem estar conscientes do princípio bíblico que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, não deve escandalizar ninguém que a igreja que assim o entenda pague um salário (a tempo parcial ou integral) à pessoa que ficará responsável pelo ministério de jovens.

o   Ao mesmo tempo, a pessoa que se sinta chamada para este trabalho, não deve reivindicar desde o início o direito ao salário. Não há nada de errado em alguém definir a sua actividade principal como pastor de jovens e ter um emprego à parte que pague as suas contas. Aliás essa é a atitude ideal. É melhor do que aquele que é uma outra coisa sendo líder de jovens à parte.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Ministério de Jovens Sustentável (Parte 3)


·      Depois de este trabalho inicial estar pronto. É importante estabelecer a visão do ministério através da elaboração de quatro documentos importantes:
o   A declaração de missão: Trata-se de uma frase simples que resume aquilo que é o grande objectivo do ministério de jovens. A declaração de missão deve ser definida individualmente por cada ministério, embora não seja errado buscar inspiração naquilo que já foi definido por outros ministérios. Aqui estão dois exemplos de declarações de missão:
§  “O ministério de jovens de (nome da igreja) providencia uma comunidade de amor que lidera e suporta os jovens nas suas caminhadas com Cristo e inspira serviço alegra a Deus e ao próximo.”
§  O ministério de jovens da (nome da igreja) atrai os seus jovens para uma caminhada de fé, prepara-os para uma vida de discipulado, e inspira-os para levar o nome de Cristo a (nome da cidade) e ao mundo.”
o   Objectivos mensuráveis para três anos: Estes objectivos são analisados e revistos todos os anos. De certa forma é colocar por escrito aquilo que imaginamos para o futuro do ministério de jovens. Podemos definir números como objectivo, mas um ministério saudável tem objectivos que são mais qualitativos do que quantitativos. Por exemplo, é diferente dizer queremos ter 40 alunos até ao final do ano do que dizer, queremos que 50% dos nossos alunos sejam leitores regulares da Bíblia ou participem das actividades semanais de evangelização.
o   Uma declaração de valores: A declaração de valores coloca por escrito aquilo que queremos que seja o clima e a cultura dominantes no nosso ministério de jovens. Eis alguns exemplos de uma declaração de valores.
§  “Mostramos compaixão, preocupação, e carinho por outros porque primeiro fomos amados por Cristo.”
§  “Esforçamo-nos por ser por toda a vida discípulos e continuamente crescer na nossa fé.”
§  “Desejamos estar firmes nos fundamentos da nossa fé e comunicar a nossa fé de forma eficiente e confiante perante outros.”
o   Um organograma: O organograma estabelece de uma forma visualmente eficaz quais são as diferentes tarefas do ministério de jovens, os responsáveis por cada área e as diferentes equipas. Posso enviar por email exemplos de organogramas (em inglês).
·      Tal como já foi referido nenhum destes documentos é estático. Deve ser marcada com os responsáveis uma grande reunião anual de revisão e adaptação de cada um dos documentos que balizam o ministério de jovens.
·      Não podemos esperar transformações instantâneas, e nem deve ser esse o nosso objectivo. Devemos prestar atenção naquilo que é a cultura do nosso ministério. Muito mais do ter documentos transformadores do ministério, é necessário ter um ambiente transformador. Por exemplo, não devemos desistir do ministério porque um evento corre mal, ou porque um (ou vários) dos alunos nos desilude. Depois dos fundamentos estarem colocados, é preciso continuar pacientemente a cultivar o ambiente certo.
·      Para implementar um ministério de jovens sustentável o primeiro passo é estabelecer o ambiente correcto, depois partilhar uma visão para o ministério e apenas depois fazer aquilo que geralmente chamamos de “ministério”.  É frequente estas prioridades estarem invertidas.

·      Para começar a mudar o ambiente do ministério de jovens precisamos identificar uma pequena vitória que possa ser apresentada. Esta pequena vitória pode ser o recrutamento e apresentação diante da igreja da nova equipa de voluntários.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ministério de Jovens Sustentável (Parte 2)


·      O melhor ministério de jovens nem sempre é aquele que tem mais alunos. Algumas das coisas mais importantes que acontecem no ministério com jovens não acontece em grandes grupos, mas nas conversas um-a-um e nos pequenos grupos.
·      Apesar de tudo o que é dito, não existe uma fórmula mágica para o trabalho com jovens. Pensar que tudo depende de apenas um pormenor ou de um método em especial é a forma mais fácil para deixar de investir neste trabalho o suor e os recursos que ele merece.
·      A partir de 50 alunos envolvidos regularmente nas actividades de jovens, as igrejas devem considerar contratar um responsável (sim, isso implica pagar um salário).
·      Para cada 5 alunos nas actividades de jovens, deve haver um voluntário adulto para ajudar. Este rácio permite garantir algo que é fundamental para um ministério de jovens sustentável – o estabelecimento e manutenção de relacionamentos sinceros entre alunos e adultos responsáveis e fiéis.
·      Para que um ministério de jovens seja sustentável, recomenda-se uma abordagem sistémica que lide com dois elementos chave: a arquitectura do ministério e a atmosfera do ministério.
·      A arquitectura do ministério de jovens refere-se às estruturas que garantem a sua sustentabilidade.
·      A atmosfera do ministérios de jovens refere-se à sua cultura, clima e ethos que sustentam a saúde de uma organização.
·      Quando se lida com o ministério de jovens com uma abordagem sistémica, consegue-se ir trabalhando o ministério como um todo em vez de perder tempo a trabalhar o ministério tentando resolver os seus problemas um de cada vez.
·      Sem uma abordagem sistémica o líder de jovens (geralmente é o pastor da igreja numa igreja pequena), passa todo o seu tempo a “apagar fogos”, a resolver os problemas que ele vai identificando, em vez de trabalhar no seu programa como um todo.
·      Para desenvolver uma arquitectura eficiente para um ministério de jovens sustentável, é preciso desenvolver pelo menos cinco documentos de controlo para o ministério.
o   Listas de contactos: Para poder ser uma bênção para os jovens que pertencem ao nosso ministério, precisamos de os acompanhar, saber quem são e ser uma boa influência. Para isso é bom ter uma lista sempre actualizada com os nomes, ano escolar, nomes dos pais e contactos. Também é bom ter uma lista actualizada dos voluntários e de todos os alunos que visitaram os eventos durante os últimos dois ou três anos.
o   Calendário anual de eventos: Deve ser organizado um calendário com todos os eventos importantes do ano. Este trabalho deve ser feito com pelo menos um ano de antecedência.
o   Descrição de funções: As responsabilidades de cada voluntário devem ser colocadas por escrito. Isso será uma ajuda quer para o voluntário, como para o ministério em geral. Estas funções são diferentes de igreja para igreja e devem ser revistas e adaptadas anualmente. Sempre que possível, as funções devem ser delineados por objectivos e não por responsabilidades (por exemplo, é melhor dizer “o voluntário deve encorajar os alunos a ler a Bíblia”, do que dizer “o voluntário deve preencher a ficha semanal de leitura bíblica dos alunos.”
o   Lista de recrutamento: Os líderes devem ter uma ideia de quantos voluntários precisam para o ano lectivo. Deve ser feita uma lista dos membros da igreja que poderão ser úteis para o ministério de jovens. Com bastante antecedência, o líder de jovens deve começar a fazer os contactos para os voluntários para o anos seguinte. Todas as semanas, o líder dedica algumas horas apenas para este trabalho. A selecção e recrutamento dos voluntários certos, é um dos trabalhos mais importantes do líder de jovens.

o   Modelo de conteúdos: Deve ser feito um esforço para ter uma lista de lições e temas suficiente para três anos. Apesar de nada ser estático, haver um programa já preparado, e reutilizável a cada três anos, retira do líder uma enorme pressão e evita as repetições. A existência de um modelo e conteúdos faz com que o líder não seja movido apenas pelo “problema do dia” e dará mais tempo ao líder para se concentrar naquilo que é mesmo importante – estar disponível para ser uma influência transformadora nas vidas de voluntários e alunos.